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Cartaz do filme "Conterrâneos velhos de guerra", documentário de Vladimir Carvalho

Clipping de partida

Estas foram as primeiras reportagens, segundo Brasília: O outro lado da utopia (1956-1960) - Hermes Aquino Teixeira - Dissertação para obtenção de grau de Mestre em História - Universidade de Brasília - Datilografado - 1982 [ver No tempo da GEB (1956-1960): Trabalho e violência na construção de Brasília. Thesaurus, 1996]

  • "Massacre policial: sangue de operários jorrou em Brasília", O Popular, Goiânia, 10-2-1959;

  • "Mortes em Brasília", O Anápolis, 12-2-1959;

  • "Conflito em Brasília", O Estado de S. Paulo, SP, 13-2-1959;

  • "Trucidamento em Brasília", Correio da Manhã, RJ, 13-2-1959;

  • "Conflito em Brasília é caso de lá", Jornal do Brasil, RJ, 14-2-1959;

  • "Em Brasília apenas u'a morte", O Anápolis, 15-2-1959;

  • "Polícia de facínoras transformou Brasília em capital do cangaço", Binômio, BH, 16-2-1959;

  • "Comerciantes pedem extinção da atual polícia", O Popular, Goiânia, 20-2-1959;

  • "Brasília: Terra da Promissão sem leis e nem tribunais", Tribuna do Ceará, Fortaleza, 23-5-1959.

  • "Chacina sujou história da nova PM de Brasília", Jornal do Brasil, RJ, 18-2-1968;

  • "É Carnaval. A GEB metralha operários", Jornal de Brasília, Brasília, 20 e 21-4-1980;

  • "Sangue na Vila Planalto", Movimento, 27-4-1981.

   

GEB - A Guarda Especial de Brasília
O massacre da
Pacheco Fernandes

Flavio R. Cavalcanti

Tida na época como a construtora que oferecia uma das piores cantinas, a Construtora Pacheco Fernandes Dantas tinha 1.300 operários na área da atual Vila Planalto, no início de 1959. Trabalhava-se — como nos demais canteiros de obra de Brasília — 24 horas por dia, em turnos alongados por horas-extras e o mínimo de folgas.

No Carnaval de 1959, tomaram-se medidas adicionais para evitar a dispersão dos operários: corte da água (sem banho, não burlariam a vigilância para buscar diversão na Cidade Livre) e retenção do pagamento semanal, que deveria ter ocorrido no sábado (7 de fevereiro).

Nesta situação já tensa, uma refeição estragada, no domingo de Carnaval (8 de fevereiro), gerou a discussão entre operários e pessoal da cantina, resultando em um quebra-quebra no bandeijão. Policiais da GEB (Guarda Especial de Brasília) foram chamados e começaram a espancar os causadores da confusão, mas os demais operários — às centenas — impediram. Os policiais da GEB se retiraram, amargando uma humilhação a que não estavam acostumados.

   
Capa do livro "No tempo da GEB"
Capa do livro "No tempo da GEB", de Hermes Aquino Teixeira

Voltaram tarde da noite, em número e armamento reforçado, e já desceram dos caminhões atirando contra centenas de operários que se encontravam à vista. Em seguida, invadiram os alojamentos e dispararam contra os que se encontravam nos beliches.

A partir daí, as luzes foram apagadas, e as versões divergem.

As pessoas que viviam em Brasília, na época, geralmente falam em metralhadoras, e em caminhões-caçamba (no plural) transportando corpos para serem enterrados nas proximidades de Planaltina, ou jogados na lagoa Feia.

Jamais foram encontrados, e o número de vítimas nunca pôde ser comprovado.

Goiânia, telegrama, jornais

A primeira versão, publicada dois dias mais tarde pelo jornal O Popular, dava conta de um massacre praticado por 60 policiais armados de metralhadoras e que teria resultado em 9 mortos e mais de 60 feridos.

Eram os mesmos números do telegrama da Associação dos Trabalhadores da Construção de Brasília, enviado de Goiânia — após burlar as medidas para abafar o caso em Brasília —, para o presidente Juscelino Kubitschek, o Congresso Nacional e outras autoridades no Rio de Janeiro.

Seguiram-se os desmentidos oficiais, reduzindo a importância do episódio e citando apenas um morto e três feridos. A presidência da República negou até que Juscelino tivesse recebido algum telegrama.

Apenas um jornal — o Binômio, de Belo Horizonte — enviou dois repórteres para investigar o episódio, conseguindo inclusive entrevistar os feridos, após burlar a vigilância em torno deles no hospital.

A reportagem do Binômio foi publicada 8 dias após o massacre e — apesar da descrição detalhada dos acontecimentos — pouco pôde apurar quanto ao número exato de mortos: "Fechou-se um cerco de mistério sobre a ocorrência".

Para um episódio sem importância, com uma única vítima fatal, as medidas foram desproporcionais — a GEB foi afastada, e o policiamento passou a ser feito pelas Forças Armadas.

Consideradas as centenas de operários existentes no acampamento, porém, a versão oficial de 27 policiais com revólveres calibre 38 mais combina com um suicídio do que com uma expedição punitiva — que é o que foi, reconhecidamente, segundo todas as versões.

   

Bibliografia
braziliense

Conterrâneos Velhos de Guerra - roteiro e crítica - 7 Nov. 2014

Como se faz um presidente: a campanha de JK - 21 Ago. 2014

Sonho e razão: Lucas Lopes, o planejador de JK - 15 Ago. 2014

Brasília: o mito na trajetória da Nação - 9 Ago. 2014

Luiz Cruls: o homem que marcou o lugar - 30 Jul. 2014

Quanto custou Brasília - 25 Set. 2013

JK: Memorial do Exílio - 23 Set. 2013

A questão da capital: marítima ou no interior?

No tempo da GEB

Brasília: a construção da nacionalidade

Brasília: história de uma ideia

  

Bibliografia
braziliana

Enciclopédia dos municípios brasileiros - 18 Mar. 2015

Grande sertão: veredas - 29 Out. 2014

Itinerário de Riobaldo Tatarana - 27 Out. 2014

Notícia geral da capitania de Goiás em 1783 - 26 Out. 2014

Viagem pela Estrada Real dos Goyazes - 9 Out. 2014

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GEB e Pacheco Fernandes
No tempo da GEB (O outro lado da utopia)
Conterrâneos velhos de guerra | Roteiro e crítica
Banda Pacheco Fernandes | Monumento aos candangos mortos
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Plano Piloto de Brasília | Nas asas de Brasília | História de Brasília | A mudança da capital
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A questão da capital: marítima ou no interior? | revista brasília
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