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Metrô DF
Achados e perdidos
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Metrô DF - Brasília
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Foi inaugurada em 17 Set. a primeira estação do metrô na área do chamado "Plano Piloto" — a Brasília original planejada por Lúcio Costa, e cujo mapa imita um avião. A estação fica diante da SQS 114, na ponta da "Asa Sul".
Na busca de votos, o governo do DF também inaugurou 8 km de via férrea na área rural que separa Brasília da cidade-satélite de Taguatinga, além da estação da Praça do Relógio, no início do trecho urbano de Taguatinga.
Na verdade, boa parte dos 8 km já funcionavam desde Abril pp., embora em via singela, ligando o Park Shopping / Carrefour, fora do Plano Piloto, à futura cidade de Samambaia, passando pelo Guará e a futura cidade de Águas Claras.
A inauguração parcial de Abril visava cumprir a promessa feita pelo governador em 1990, quando anunciou o metrô para 21 Abr. 1994, aniversário de Brasília.
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Desde Abril, o metrô tem operado em caráter experimental, transportando grupos de estudantes em datas marcadas; e o público em geral em alguns sábados, gratuitamente, sem divulgação para evitar excesso. Só em Dezembro o metrô começará a funcionar regularmente.
A construção do metrô de Brasília — na verdade, um bonde moderno, ou "veículo leve sobre trilhos" (VLT) — é uma das mais baratas, graças ao uso das vastas áreas públicas do DF, dispensando a caríssima desapropriação de centenas de imóveis urbanos.
Além disso, a maior parte dos trajetos fica na área rural que separa Brasília de suas cidades-satélites, onde o metrô pode correr a céu aberto, isolado por simples muros pré-moldados. Apenas 10 de seus 42 km serão subterrâneos.
Até o fato das cidades situarem-se nas chapadas, e a área verde nas baixadas fluviais, acabou sendo útil: — A linha desce naturalmente, ajudando a acelerar na saída das cidades; e torna a subir ao aproximar-se da cidade seguinte, ajudando a frear.
Nesta fase de implantação, o projeto prevê 42 km de via dupla em bitola larga, 10 km em túneis (dos quais 7,5 km na Asa Sul), 1.260 m em viadutos e 30 estações.
Estão sendo usados trilhos TR-57 e dormentes de concreto. A alimentação é feita por um terceiro trilho, lateral, de alumínio, a 750 Volts.
Seus 20 trens vão operar a 80 km/h, em intervalos de 3 minutos nos horários de pico. A capacidade é de 27 mil passageiros por hora, em cada sentido, com a expectativa de transportar 400 mil pessoas / dia nos dois sentidos.
Cada trem é formado por 4 carros de aço inox motorizados, para 1.370 pessoas (352 nos carros sem cabine e 326 nos carros com cabine), construídos pela Mafersa.
O complexo de manutenção, pátio de estacionamento e controle de operações serão situados na intersecção das linhas em "Y", na futura cidade de Águas Claras.
No futuro, a linha urbana do Plano Piloto cobrirá também a Asa Norte; e um novo tronco interligará Ceilândia, Taguatinga, Águas Claras, Gama e a futura cidade Recanto das Emas, no limite sul do DF — onde se ligará às cidades-dormitório de Valparaíso, Céu Azul e Pedregal, já no Estado de Goiás.
VLTSua exposição sobre o chamado "metrô" de Brasília (CO-91/20) foi o mais lúcido que já encontrei em qualquer jornal, inclusive a Revista Ferroviária. A história da evolução desse projeto é muito interessante. Quando ainda trabalhava para uma empresa de engenharia de projetos, ganhamos o primeiro contrato de estudo e projeto de um sistema de transporte de massa para Brasília, por volta de 1975. As restrições políticas e arquitetônicas foram imensas (eu fui encarregado das previsões de tráfego). Intrigante é que a linha tracejada no CO-91/21 é quase exatamente a faixa-de-domínio que nós recomendávamos, apesar das muitas marchas e contra-marchas desses últimos 19 anos. Previmos, também, que eventualmente o sistema seria de veículos leves sobre trilhos (VLTs), o que pela primeira vez foi mencionado em seu artigo [engº Warren Delano, Centro-Oeste nº 92, 1º Dez. 1994]. EnsaioO chamado "Metrô de Brasília" inaugurou em 27 de Março o trecho a céu aberto, que vai do Carrefour / Park Shopping até a nova cidade-satélite de Águas Claras, passando pelo Guará, onde cruza por baixo da via férrea. O trecho está operando em alguns dias e horários, gratuitamente, para treinamento do pessoal e familiarização dos usuários. Até a eleição, o governador pretende inaugurar os dois trechos subterrâneos que, de fato, tornarão útil o sistema: (1) Os 7 km dentro da Asa Sul de Brasília, onde estão as oportunidades de emprego; e (2) O trecho dentro de Taguatinga e Ceilândia, onde vivem quase 1 milhão de habitantes, a 40 km do centro. O VLT Mafersa segue projeto da extinta Budd (segundo José Emílio Buzelin...) e a tomada de força — 700 Volts — se dá por um terceiro trilho, lateral, um pouco mais alto que a linha [Centro-Oeste nº 89, 1º Abr. 1994]. |
VLT ou MLSO conceito de "VLT" empregado em críticas da época — para frisar a capacidade limitada do sistema — é tecnicamente incorreto. Além do peso dos veículos (bem inferior ao dos TUEs do Metrô DF), o VLT se diferencia por integrar-se à via pública (como o velho bonde), sem criar obstáculo ao trânsito de veículos e pedestres (segregação da via por muros etc.). Além disso, o VLT tem piso baixo, permitindo embarque sem necessidade de plataformas. Em termos urbanísticos, caracteriza-se ainda por deslocar-se na superfície, sem deteriorar esteticamente as áreas percorridas. Em termos financeiros, é econômico por não exigir "obras de arte" (túneis, viadutos, etc.). Sua capacidade pode ser ampliada, dentro de certos limites, acoplando-se veículos ou módulos adicionais à composição padrão [Agradecemos as informações a Alexildo Velozo Vaz]. |
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