Plano Lúcio Costa
O Plano Piloto de Brasília
Flavio R. Cavalcanti - Ago. 2012
Lúcio Costa afirma não pretendia participar do concurso para escolha do Plano Piloto da nova capital, e partiu em viagem aos Estados Unidos.
Só ao final do prazo de inscrições teria sentido necessidade de se desvencilhar de uma ideia que segundo suas palavras tinha surgido, quase pronta, em sua mente, durante a viagem de volta ao Brasil.
Mandou comprar algumas folhas de papel de desenho, alguns lápis de desenho, uma caixa de lápis de cor, e esboçou a ideia um texto escrito à mão, com 15 desenhos simples e um plano geral a cores.
Foi entregue minutos após o encerramento do prazo oficial.
Logo nas primeiras linhas desculpava-se pela apresentação perante trabalhos cuidadosamente elaborados por equipes dos maiores escritórios de arquitetura do país e propunha, singelamente, a [piedosa?] ficção de estar não concorrendo, mas apenas apresentando uma ideia, que não havia procurado, e quase que só por desencargo de consciência. Declarava, de início, não ter pretensão de desenvolver o projeto, colocando-se apenas à disposição, como mero consultor eventual, caso sua proposta viesse a ser adotada.
As primeiras reações do júri do concurso, aparentemente, foram de perplexidade. Sir William Holford, [arquiteto ou urbanista?] britânico [responsável etc.] afirma ter lido, relido, e lá pela terceira leitura finalmente compreendido, maravilhando-se.
Os relatos e depoimentos dos membros do júri dos dois lados de um conflito com direito a denúncia insinuando verdadeiro escândalo dão a entender que, a partir dali, o julgamento já estava decidido para a maioria (menos um).

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