Terminais ferroviários de grãos em Brasília
Terminais de trigo e soja
Flávio R. Cavalcanti, 31-Out-2003
Principal carga de exportação da região de Brasília, a soja
é embarcada em vagões fechados nos silos da ADM
(Archer Daniels Midland Co.), da Multigrain
e da Conab (Cia. Nacional de Abastecimento,
Ministério da Agricultura).
Em Agosto de 2002, não encontrei sinais de embarque em nenhuma
das três instalações. Segundo funcionários
da Multigrain, a safra já estava acabando de ser escoada.
Em 27-Out-2003, também na Multigrain, a informação
foi de que o embarque ocorre de março a novembro, embora
a ADM já houvesse encerrado os embarques deste ano.
Situados no Setor de de Transporte Rodoviário de Cargas
(STRC, expansão do SIA, além do SIN), os silos
da ADM ainda ostentavam a inscrição Planalto
Agrícola em 1992, quando os descobri, fotografei e conversei
com um dos responsáveis (ainda não encontrei as anotações). Era
um local ermo, então. Voltando lá em 29-Ago-2002, encontrei essas
instalações visualmente fechadas por uma cerca-viva de árvores altas,
e a lateral norte guardada por uma
barreira de altos montes de terra (não verifiquei a lateral
sul). O acesso à via férrea (ocupada
nesse dia por uma composição de vagões tanque de inflamáveis)
está bloqueado por uma cerca de tela e arame farpado. A vizinhança
também mudou bastante, com vários prédios
novos e trânsito intenso de carros e caminhões.
O silo da Multigrain situa-se na direção
oposta, ao norte da Estação /
pátio de Brasília (EBZ), no
Setor de Armazenagem Norte (SAAN).
Em Ago-2002, a caixa d'água ainda ostentava a sigla ATC. Funcionários
dali e da Estação informaram que era a sigla de outra empresa, com
sede em São Paulo, que teria vendido ou arrendado as instalações
à Multigrain. Segundo eles, alguns vagões ainda eram esperados,
para levar a soja que restava no local. Em 27-Out-2003, finalmente
pude fotografar o carregamento de soja e a manobra dos vagões
por um trator pequeno, comum.
O silo da Conab fica a meio caminho
entre os demais, no SIA, ao lado da Feira
dos Importados (popularmente, "Feira do Paraguai"), próximo
à Ceasa. Dois funcionários confirmam que ainda é feito embarque
ferroviário de soja no local, mas também não pude testemunhar em
2002. Em 28-Out-2003, pude presenciar o carregamento de 20 vagões
com soja da Multigrain armazenada em uma de suas células,
mas infelizmente não havia obtido licença prévia
para fotografar. É o único em concreto, formando uma estrutura colossal
— silo "bufalo" —, enquanto os demais são estruturas metálicas
Kepler Weber. O "bufalo" da Conab tem 7 células
para 3 mil toneladas de grãos, cada; e 4 células de
serviço para 1,2 mil toneladas, cada.
As informações não descartam que essas três instalações também
possa realizar o embarque de soja em carretas. Na Multigrain,
um tubo do lado oposto à ferrovia destina-se justamente a isso,
segundo os funcionários.
O antigo armazém de cargas da
RFFSA, na Estação Bernardo
Sayão (EJK), encontra-se desativado. Havia ali uma instalação
para embarque de soja, no final dos anos 1980 e início dos
anos 1990, inclusive com balança para pesagem de caminhões.
Há indicações de que embarques rodoviários também são feitos na
área do PAD-DF, área leste do Distrito Federal, quase na divisa
com Minas Gerais (vi os silos Kepler Weber em 1995); na área sul
do DF, próximo a Santa Maria, antigo projeto do Grupo OK, onde seria
o "Porto Seco" de Brasília, quase na divisa com Goiás;
e em Luziânia (GO), onde se informa que os silos KW da Ceval são
operados hoje pela Bunge & Born. Em Luziânia, segundo essas informações,
está o escritório regional da KW.
A confirmação de todas essas informações é programa para vários
meses, entre telefonemas e visitas. Até o momento, as fotos
são do final de Agosto/2002 e final de Outubro/2003.
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