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Itinerário de Riobaldo Tatarana
Alan Viggiano
Livraria José Olympio Editora
Rio de Janeiro, 2ª ed., 1978
em convênio com INL / MEC
Demorei exatos 10 anos para conseguir ler Grande sertão: veredas, de Guimarães Rosa.
Ganhei o livro após a morte do autor, em 1967, e, apesar de viciado em leitura, alérgico a locais sem nada para ler, nunca consegui vencer a barreira das páginas iniciais. “Nonada!”.
Nesses casos, insisto, tento algumas páginas adiante, ou abro lá no meio, na busca de algo em que consiga mergulhar, e mais tarde voltar ao começo. Neste caso, porém, não teve jeito.
No 10º aniversário da morte de Guimarães Rosa, o Caderno B do Jornal do Brasil publicou um artigo que, para mim, foi a chave da leitura, afinal. Citava, de passagem, as horas, meses ou anos que Guimarães Rosa passou mergulhado nos arquivos sobre a jagunçagem, da Força Pública de Minas [atual PM-MG], onde trabalhou como médico; e nos mapas do Departamento de Geografia e Estatística do Estado de Minas Gerais, onde trabalhou na tradução da correspondência do exterior [p. 61].
Capa do livro Itinerário de Riobaldo Tatarana, de Alan Viggiano |
Depois disso, abri Grande sertão: veredas, tendo apenas o cuidado de começar pela terceira ou quarta página, e li até o final, maravilhado.
Quando ouvi falar do Itinerário de Riobaldo Tatarana, uns 2 anos depois, e com mapas!, não descansei enquanto não comprei um exemplar.
Viggiano deparou-se com alguns lugares da saga de Riobaldo às margens da rodovia Brasília - Belo Horizonte, por exemplo, aberta por JK e, à medida em que foi-se aprofundando na pesquisa chegou a uma conclusão estarrecedora, à época:
Guimarães Rosa não inventou sequer um nome, em toda a toponímia utilizada na saga de Riobaldo Tatarana [p. 4].
E mais:
(…) as andanças dos cangaceiros se desenvolviam num sentido lógico, isto é, seguiam não só as trilhas naturais do Sertão e os leitos dos rios, como também as localidades se sucediam na narração e no mapa em uma mesma ordem, provando assim que Guimarães Rosa não só se utilizou de anotações detalhadas para fazer seguir seus jagunços, como também os fez andar na mesma ordem em que ele se movimentou para o recolhimento desse material [p. 5].
A primeira afirmação destói, — como nota o autor, reverente e “sem qualquer intenção iconoclástica”, — a tese de M. Cavalcanti Proença, em Trilhas do grande sertão, sobre como Guimarães Rosa teria criado os nomes das localidades.
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A segunda afirmação, — observa Ivana Versiani [p. xxiii-xxvii], — também destrói a tese de Antônio Cândido, em “O homem dos avessos”, de que:
Premido pela curiosidade o mapa se desarticula e foge. Aqui, um vazio; ali, uma impossível combinação de lugares; mais longe uma rota misteriosa, nomes irreais. E certos pontos decisivos só parecem existir como invenções. Começamos então a sentir que a flora e a topografia obedecem frequentemente a necessidades da composição, que o deserto é sobretudo projeção da alma, e as galas vegetais simbolizam traços afetivos.
Na tese de Antônio Cândido, o sertão de Riobaldo seria simbólico, dividido em dois pelo rio São Francisco — um lado real; e o outro marginal, mágico, mítico:
O direito é o fasto; nefasto o esquerdo. Na margem direita a topografia aparece mais nítida; as relações, mais normais. (…) Na margem esquerda a topografia parece fugidia, passando a cada instante para o imaginário, em sincronia com os fatos estranhos e desencontrados que lá sucedem.
Itinerário de Riobaldo Tatarana demonstra suas conclusões em 4 mapas, com os percursos onde se alinham 57 lugares identificados [ver Cap. XI].
Das quase 230 localidades citadas no livro — cidades, vilas, povoados, ajuntamentos, além de rios, córregos, veredas e lagoas — mais de 180 podem ser localizadas no mapa [p. 10].
Isto exigiu, para começar, desmontar a narrativa literária — trecho por trecho, em seus múltiplos adiantamentos e retrospectos (flash backs), — e remontá-la no que seria a ordem cronológica dos acontecimentos na trajetória de Riobaldo [ver Cap. X].
[orelhas] Novas trilhas – Ivan Cavalcanti Proença
Nota da Editora. Dados bibliográficos do Autor. Breve cronologia da vida e da obra do Autor. Bibliografia sobre Alan Viggiano. Cartografia.
Itinerário de Riobaldo Tatarana – Paulo Rónai
O “caso” Guimarães Rosa – Fritz Teixeira de Salles
A geografia de um romance – Almeida Fischer
Itinerário de Riobaldo Tatarana de Alan Viggiano – Ivana Versiani (University of Toronto)
Apresentação [da 1ª Edição] – Fernando Correia Dias
Introdução
I – Riobaldo e o Sertão. Itinerário físico. Defecção. Encontro com Diadorim. Primeira travessia: córrego do Batistério.
II – Trilhas do grande sertão. Realidade e ficção. A ótica ideológica. Cidades em Grande sertão: veredas. Rios. O Urucuia [Mapa nº 1].
III – Início do itinerário. Motivação para o cangaço. Rio Jequitaí. Zé Bebelo. Rumo ao Norte. Angicos de Minas. Prisão e julgamento de Zé Bebelo. Gorutuba. Quem-Quem. Segunda travessia: Guararavacã do Guaicuí.
IV – Morte de Joca Ramiro. No limiar do grande segredo. Luta com soldados. Amoipira, Grão Mogol. Rumo ao Norte. Bahia. Malhada Grande. Volta aos Gerais. Mingu. Brejo dos Mártires. Urucuia. Otacília. Serra das Araras. Liso do Suçuarão: Tentativa frustrada. Goiás. A grande viagem.
V – Viagem solitária. Oeste-Leste. Serra da Jaíba. Sentido ideológico. Desastres. Combates: de Cachoeira do Salto à Serra Escura. Dispersão. Trabalho de garimpeiro [Mapa nº 2].
VI – Rio do Sono. Marcavão. Discute-se a chefia. Gosto de liderança. Volta de Zé Bebelo [Mapa nº 3].
VII – Novo chefe. Rio Paracatu. Combate contra os “judas”. Ribeirão do Galho da Vida. São Romão. Ansiedade de Diadorim. São Francisco. Desconfiança e desafio.
VIII – O cinematográfico e o onomatopaico. Guimarães Rosa, o repórter. Veredas Tortas; Veredas Mortas: terceira travessia. Empolgação da chefia. O novo chefe.
IX – Estilo novo. Noroeste de Minas. Liso do Suçuarão. Bahia. Descendo por Goiás. Mata de São Miguel. Vereda do Tamanduá. Duelo de amor. Paredão: a quarta travessia. Combate final [Mapa nº 4].
X – A técnica da retrospecção em Grande sertão: veredas.
XI – Toponímia em Grande sertão: veredas.
Bibliografia Índice das revistas Centro-Oeste (1984-1995) - 13 Set. 2015 Tudo é passageiro - 16 Jul. 2015 The tramways of Brazil - 22 Mar. 2015 História do transporte urbano no Brasil - 19 Mar. 2015 Regulamento de Circulação de Trens da CPEF (1951) - 14 Jan. 2015 Batalhão Mauá: uma história de grandes feitos - 1º Dez. 2014 Caminhos de ferro do Rio Grande do Sul - 20 Nov. 2014 A Era Diesel na EF Central do Brasil - 13 Mar. 2014 Guia Geral das Estradas de Ferro - 1960 - 13 Fev. 2014 Sistema ferroviário do Brasil - 1982 - 12 Fev. 2014 |
Ferreofotos Alco RSD8 Fepasa - 29 Fev. 2016 G12 200 Acesita - 22 Fev. 2016 “Híbrida” GE244 RVPSC - 21 Fev. 2016 U23C modernizadas C30-7MP - 17 Fev. 2016 C36ME MRS | em BH | Ferronorte - 14 Fev. 2016 Carregamento de blocos de granito na SR6 RFFSA (1994) - 7 Fev. 2016 G12 4103-6N SR6 RFFSA - 6 Fev. 2016 Toshiba nº 14 DNPVN em Rio Grande - 25 Jan. 2016 Encarrilamento dos trens do Metrô de Salvador (2010) - 14 Nov. 2015 Incêndio de vagões tanque em Mogi Mirim (1991) - 9 Nov. 2015 Trem Húngaro nas oficinas RFFSA Porto Alegre (~1976) - 21 Out. 2015 |
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Bibliografia
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