Flavio R. Cavalcanti - 13 Out. 2014
Preexistências de Brasília O objetivo da Autora — “reconstruir o antigo território do Planalto Central” — se desdobrou em 5 linhas de trabalho:
Ainda que estes 5 focos não pareçam “fechar” um conjunto coeso, sem dúvida são alguns dos pré-requisitos para “construir a memória” do território do DF — algo que já extrapola o trabalho individual. CartografiaO levantamento da cartografia histórica do atual DF pode tornar-se (ou não) um “clássico”, fundamental para futuras pesquisas que dependam desse conhecimento específico. São analisados 22 mapas dos séculos XVIII e XIX, incluindo variantes com diferentes atribuições de data e autoria, no total de 35 documentos cartográficos históricos. Ao final do Cap. 2, esses documentos são sistematizados e resumidos no Quadro 2 [p. 80-92]. A qualidade do levantamento e das análises recomenda examinar também a produção dos colaboradores citados.
Mapas do século XVIII1 - O prim.ro mais ajustado, que lá apareceo até/ aquele tempo, e o menos distante da verdade da destrebuiçaõ desta Comarca,/e seos Arrayaes, mostrando o caminho, que vem da Vila de Santos a esta Capi-/tal, e daqui ao Cuyabá, Mato Groso, Rio da madeira, té o das Amazonas; 2 - Mapa geral dos limites da Capitania de Goiás; 3 - Mapa que mostra a capitania de Goiás e a região ao sul até o rio da Prata; 4 - Mappa dos Sertões, que se comprehendem de Mar a Mar entre as Capitanias de S. Paulo, Goyazes, Cuyabá, Mato-grosso, e Pará; 5 - Mappa da Capitania de S. Paulo e seu sertão, em que se vem os descobertos, que lhe forão tomados para Minas Geraes, como também o Caminho de Goyazes, com todos os seus pouzos, e passagens, deleniado por Francisco Tosi Columbina. Primeira Parte; 6 - Mappa da Capitania de Goyazes, e de todo o sertão por onde passa o Rio Maranhão, ou Tucantins; 7 - Carta da Capitania de Goyaz; 8 - Mapa da Capitania de Goiás e regiões circunvizinhas mostrando as comunicações entre as bacias do Prata e do Amazonas; 9 - Mapa da Capitania de Goiás; 10 - Mapa Geral da Capitania de Goiás; 11 - Mapa Geral da Capitania de Goiás; 12 - Carta ou Plano geográfico da Capitania de Goyaz; 13 - Carta de toda a porção d'América Meridional, que pareceo necessaria a manifestar a viagem de 569 legoas commuas, que da escala e cidade do Rio de janeiro executou por terra, em 17 do mes de Mayo de 1772, para Villa Bella da Santissima Trindade, o Governador e Capitão General do Estado do Mato Grosso e Cuiabá, Luis d'Albuquerque de Mello Pereira e Caceres do Conselho de Sua magestade Fidelissima que Deos o guarde; 14 - Carta ou Plano geográfico da Capitania de Goyaz mandado fazer por José de Almeida de Vasconsellos Soveral e Carvalho em 1778; 15 - Mapa dos Julgados da Capitania de Goiás; 16 - Carta ou Plano Geographico da Capitania de Goyas ou Mapa dos Julgados; 17 - Carta da Capitania de Goiás no auge de sua expansão no séc. 18; e 18 - Carta ou Plano Geographico da Captª. de Goyaz huma das do centro da America Meridional, do Reino de Portugal que mandou construir o Illmº e Excllmº Snr. José de Almda de Vasconcellos de Sovral e Carvalho Gov.or e Cap. Gen. da dita Capit.ª do Dia 26 de Julho de 1777 até Maio de 78, que a entregou. Mapas do século XIX:1 - Mappa Geografico da Capitania de Villa boa de Goyas combinado com partes de Outros, que denotão as Capitanias de Minas Gerais e Maranhão mandado tirar pello Ilmo. e Exmo. Snr. Fernando Delgado Freire de Castilho Governador e Capitão General da mesma Capitania, no anno de 1819; 2 - Karte von Brasilien worauf die Reisen der osterreich Naturforfeher Dr. Pohl u. Johann Natterer angezciehnet sind; 3 - Karte von Brasilien worauf die Reisen der osterreich Naturforfeher Dr. Pohl u. Johann Natterer angezciehnet sind; 4 - Carte der Provinz Goyaz im Jahre 1777 aufgenommen Thomas de Souza, Major der Cavallerie berichtigt nach eigenen Beobachtungen, Carten und Nachrichten von W. von Eschwege; 5 - Carta Corografica Plana da Provincia de Goyaz e dos Julgados de Araxá e Desemboque da província de Minas Geraes organisado pelo Brigadeiro Raimundo Jozé da Cunha Mattos Governador das Armas de Goyaz para acompanhar os seus itinerários escritos em 1826 e publicados no anno de 1836; 6 - Carta Corografica Plana da Provincia de Goyaz e dos Julgados de Araxá e Desemboque da Província de Minas Geraes organisado pelo Brigadeiro Raimundo Jozé da Cunha Mattos Governador das Armas de Goyaz para acompanhar os seus Itinerários escritos em 1826 e publicados no anno de 1836; 7 - Carta corográfica da provincia de Goyaz e dos Julgados de Araxá e desemboque da provinca de Minas Geraes; 8 - Carta Corografica Plana da Provincia de Goyaz e dos Julgados de Araxá e Desemboque da Província de Minas Geraes; 9 - Goyaz. Vcde de Villiers de L’Ile-Adam. Gravado na Lithographia Imperial. Publicado no Rio de Janeiro por: Garnier Irmãos Livreiros. Rio de Janeiro. 1849; 10 - Carta da Provincia de Goyaz. Organisada em 1874 por ordem do Ministerio d'Agricultura Commercio e Obras Publicas, pelo Capitão d'Engenheiros Joaquim R. de M. Jardim, conforme as melhores cartas existentes e observações proprias. Rio de Janeiro, 1875; 11 - Carta do sul de Goyaz e triangulo mineiro por Oscár Leal segundo as cartas existentes e observações próprias; 12 - Mapa Cartográfico do Quadrilátero Cruls; 13 - Mappa do Brazil, indicando a posição da Zona demarcada para o futuro Districto Federal, Commissão Exploradora do Planalto Central do Brazil, 1893; 14 - Mappa do Brazil, mostrando a posição do Distrito Federal demarcado assim como os principais caminhamentos levantados pela Commissão; 15 - Esboço da zona de 14.400 kilometros quadrados, demarcada no Planalto Central do Brazil, para o districto federal, mostrando os caminhamentos ligando Pyrenopolis, Santa Luzia e Formosa; 16 - Mappa dos itinerários levantados, com a indicação da Zona demarcada e da constituição geológica da região explorada. Commissão Exploradora do Planalto Central do Brazil; e 17 - Planta do Districto Federal mostrando o adiantamento dos trabalhos topographicos realisados até fins do anno 1895. Relatos de viagemNo capítulo 3, são analisados os relatos de viagem de 16 cronistas que percorreram algum trecho dentro do DF atual, sendo 4 do século XVIII e 12 do século XIX:
Fica claro que o território do DF atual já era habitado há 280 anos, e não sofria de nenhum “isolamento” — pelo contrário, já era um entroncamento de alguns dos principais e mais movimentados caminhos do Brasil colônia, no século XVIII. — E que, apesar da decadência após o esgotamento do ouro, manteve-se transitado, povoado e produtivo ao longo do século XIX.
Estrada Real dos GoiasesO trabalho de reconstituição dos caminhos históricos no território do DF atual, — especialmente o percurso da Estrada Real dos Goiases, — foi feito com todos os recursos possívels da tecnologia atual. Foram escolhidos 3 mapas do século XVIII, 5 do século XIX, — por critérios tais como conter indicação de caminho dentro do DF e evitar informações repetidas, — e 2 do século XX, imediatamente anteriores à construção de Brasília (Comissão de Cooperação para Mudança da Capital Federal, 1958; IBGE, 1960). Os mapas históricos foram convertidos em formato digital (scanner) e georeferenciados, a partir do Sistema Cartográfico do Distrito Federal (Sicad, 1991, 1997). As estradas neles indicadas foram digitalizadas (AutoCAD); e os percursos assim obtidos foram sobrepostos a uma imagem do satélite do programa China Brazil Earth Resource Satellite (CBERS), do ano de 2008, para reconstituí-los em bases cartográficas atuais. Os 8 trajetos assim obtidos (ver abaixo) refletem, ao que tudo indica, diferentes graus de distorção existentes em mapas mais antigos, — que, além de tudo, não detalhavam a área do atual DF ao ponto de viabilizar essa operação. Ironicamente, enorme distorção também ocorre num dos mapas da 1ª Missão Cruls (1893), praticamente jogando o percurso da Estrada Real dos Goiases para fora do DF atual. Outros 2 mapas antigos contêm distorções que fariam a Estrada Real dos Goiases subir e descer chapadas e vales, passando longe de locais conhecidos no terreno, como Mestre d’Armas, Contagem, Três Barras, Rodeador etc. Restam 4 percursos, — indicados em mapas da 2ª Missão Cruls e da época da construção de Brasília (1958 e 1960), — com menor grau aparente de distorção, e coincidindo bastante com o trajeto mais provável, pelos locais conhecidos no terreno. A conclusão da autora é pelo caminho sobre o divisor de águas, admitindo portanto a falha da experiência tecnológica sobre mapas antigos, distorcidos, e em escalas incompatíveis com o detalhamento do território do DF atual: Ao que tudo indica, era sobre o “Espigão Mestre do Brasil” e os “espigões secundários”, tão bem descritos por Polli Coelho, que se estendiam os caminhos que cruzavam a região [p. 175]. Sumário
Anexos
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Estrada Real dos Goyazes
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