JK, 1960
Mensagem ao Congresso
Transferência da capital federal
p. 10
(...)
Ferrovias — O entrosamento de Brasília
com o sistema ferroviário do País estará assegurado
com a Brasília-Pirapora, na Estrada de Ferro Central do Brasil,
e Brasília-Colômbia (SP), na Estrada de Ferro Paulista.
Esta última, cruzando a Estrada de Ferro Goiás, em
Pires do Rio, articulará a nova capital com a Rede Mineira
de Viação e a Estrada de Ferro Mogiana. Graças
a estes sistemas, Brasília ficará vinculada a todos
os pontos do território nacional, através das redes
já existentes.
As obras do trecho Brasília-Surubi (86 km) foram atacadas
com toda a intensidade.
Em franco desenvolvimento acham-se também as do trecho Pires
do Rio - Surubi que, de par com o Surubi-Brasília, ligará
a nova capital ao sistema ferroviário nacional, através
de uma linha de 240 km. Nesta, os serviços de terraplenagem
encontram-se no grade 94 km, ou seja, 39% da extensão
[39% de 240 km = Brasília-Surubi
+ 8 km].
Ultimaram-se 3 viadutos, em passagens superiores de cruzamento
da ferrovia com as rodovias Brasília-Anápolis e Brasília
- Belo Horizonte, num total de 144 m. Das 119 obras de arte correntes
concluídas, 82 foram executadas em 1959.
A Pirapora-Brasília, cujo término é previsto
para segunda etapa, prossegue normalmente, encontrando-se os trabalhos
de construção no grade 66 km, correspondente
a 80% do trecho atacado. Os serviços de terraplenagem alcançaram
um volume de 960.000 m³, e construíram-se 48 obras de
arte, das quais 27 em 1959. Ainda no trecho de Pirapora, merece
destaque a ponte sobre o rio Tobi, de 50 m de vão, com os
pilares e encontros concluídos em dezembro.
De 1957 até 1959, as despesas com os serviços ferroviários
a cargo da Novacap elevaram-se a Cr$ 1.271.101.000,00 assim distribuídos:
Cr$ 1.075.428.000,00 na ligação Brasília -
Pires do Rio; e Cr$ 195.673.000,00 no trecho que vai de Pirapora
ao rio do Sono.
(...)
p. 91-92
Transportes
Ferrovias
Prosseguem as construções ferroviárias a cargo
do Departamento Nacional de Estradas de Ferro, dos Batalhões
de Engenharia do Exército, da Companhia Urbanizadora da Nova
Capital e da Rede Ferroviária Federal (variantes de traçados)
realizando-se as obras no ritmo previsto, notadamente nos trabalhos
do Tronco Principal Sul — que ligará o Rio de Janeiro, via
São Paulo e Porto Alegre, à cidade do Rio Grande —
e da Ferrovia do Trigo, entre Passo Fundo e General Luz, o alargamento
do ramal de Pirapora, no trecho compreendido entre Belo Horizonte
e Sete Lagoas, de modo a permitir o tráfego para Brasília
em bitola de 1,60 m. As ligações Brasília-Surubi,
Surubi - Pires do Rio e Surubi-Pirapora acham-se em andamento.
Em números globais, construíram-se e foram entregues
ao tráfego, no último quatriênio, 977 km, afora
59 de variantes de traçado, perfazendo 1,036 km de novas
linhas. Prontos, e ainda não inaugurados, existem mais 300
km, no Tronco Principal Sul, construídos pelos Batalhões
de Engenharia do Exército, por delegação do
Ministério da Viação e Obras Públicas.
Em 600 km de obras em vários pontos do País concluíram-se
os serviços de terraplenagem para o assentamento de trilhos.
Destes, 580 km poderão ser entregues ao tráfego este
ano, incluindo-se os 240 km da linha Brasília - Surubi -
Pires do Rio.
Remodelando a via permanente, substituíram-se 583 t [583.000]
de trilhos, que em termos de linhas corresponderiam à extensão
de 6.800 km [média: 42,8 kg/m]. Acrescentem-se a troca e
aumento, em grande escala, do número de dormentes; o lastreamento
das linhas, em que se aplicaram 3,4 bilhões de cruzeiros;
a compra de 421 locomotivas diesel, das quais 389 já recebidas,
bem como de 545 carros de passageiros e 6.498 vagões de carga.
Ao findar o ano de 1959, a tração diesel-elétrica,
que era um imperativo de ordem técnica e econômica,
já realizava mais da metade de todo o nosso tráfego
ferroviário, contrastando com a modesta participação
de 28% registrada em 1955.
Não é preciso encarecer a significação
desses vultosos empreendimentos, nem ressaltar quanto vêm
eles contribuindo para a melhoria da produtividade geral da economia
do País. Basta dizer que as mercadorias não mais permanecem
meses seguidos à beira das linhas, à espera de transporte,
e que o tráfego ferroviário, tornado mais rápido
e regular, recupera o seu antigo prestígio.
(...)
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