Referências
Projetos para o Brasil – José Bonifácio
de Andrada e Silva – org. Miriam Dolhnikoff – Cia. das Letras, 1998
"(...) esse Bonifácio permanece
praticamente desconhecido, obscurecido pela pobre imagem oficial do 'Patriarca
da Independência'. A imensa quantidade de anotações
que deixou permanece, na sua maior parte, inédita nos arquivos.
(...) Até hoje, os textos de Bonifácio vieram a público
apenas através de três coletâneas (...). Mas, nos três
casos, apenas os textos oficiais foram reproduzidos. No entanto, é
somente pela leitura das suas anotações pessoais, transcritas
neste volume, que se pode vislumbrar todo o alcance do pensamento político
e social de José Bonifácio (...)".
Patriarca da Independência - José
Bonifácio de Andrada e Silva - org. Otávio Tarquínio
de Souza - Nacional, 1939 [reeditada em
1994 pela prefeitura de Santos: "A rebeldia do patriarca"]
Obras científicas, políticas e sociais
de José Bonifácio de Andrada e Silva - org. Edgard de
Cerqueira Falcão, Revista dos Tribunais, 1965
Obra política de José Bonifácio
- org. Octaciano Nogueira, Senado Federal, 1973
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Projetos para o Brasil
José Bonifácio
(1765-1838)
Flavio R. Cavalcanti
As resenhas da idéia
da interiorização da capital registram três
intervenções do Patriarca da Independência,
uma delas indireta e anônima.
Nas Cortes de Lisboa
Em 1821, José Bonifácio de Andrada e Silva — então
vice-presidente da Junta de S. Paulo — orientou
os representantes da província junto às Cortes
(assembléia constituinte), em Lisboa, no sentido de que:
"se levante uma cidade central no interior
do Brazil para assento da côrte ou da regencia, que poderá
ser na latitude, pouco mais ou menos, de 15 gráos, em sítio
sadio, ameno, fertil e regado por algum rio navegavel".
A proposta constitucional (aditamento à Constituição
portuguesa, referente ao Brasil) chegou a ser publicada
anonimamente, em 1822, possivelmente por um desses constituintes,
sugerindo inclusive o nome da cidade:
"No centro do Brazil, entre as nascentes
dos rios confluentes do Paraguay e Amazonas, fundar-se-ha a capital
deste reino, com a denominação — Brasília
— ou qualquer outra".
Na Constituinte brasileira
Declarada a independência, José Bonifácio
tornou
a propor a mudança em 1823, na Assembléia Constituinte
do Império — afinal dissolvida por D. Pedro I:
"Parece muito útil, até necessário,
que se edifique uma nova capital do império no interior
do Brasil para assento da corte, da assembléia legislativa
e dos tribunais superiores, que a Constituição determinar.
Esta capital poderá chamar-se Petrópole ou Brasília".
Até aí, a indicação de Bonifácio
apontava para a "Comarca de Paracatu" — o que se aproxima
bastante da localização afinal adotada, uma vez
que a divisa leste do atual Distrito Federal é o rio Preto,
afluente do Paracatu.
Projeto de Império
***
(...) antes [da
independência], o Príncipe Regente, D. Pedro,
pela Resolução de 17.7.1822, suspendeu as concessões
de sesmarias, e daí começou a verificar-se a generalização
dos apossamentos de terras ainda não ocupadas, ocorrendo,
segundo os estudiosos, um verdadeiro caos [Eduardo
Porto].
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