Marcos da "idéia mudancista"
Marcha para oeste
Flavio R. Cavalcanti
Após o movimento de 1930, a idéia
foi retomada com a Grande Comissão Nacional de Revisão
Territorial e Localização da Capital, controlada
pelo IBGE, porém este foi um período de crise e
com o início do Estado Novo em 37 a idéia foi novamente
“esquecida” [cf.
HistoriaNet. - Obs.: Nessa época foi reeditado pela imprensa
oficial o livreto de Varnhagen].
Vitoriosa a Revolução de 1930, a Constituinte de
1934 reafirmou a criação da nova capital federal
no interior, imprimindo caráter de urgência ao projeto:
Será transferida a capital da união
para um ponto central do Brasil. O presidente da República,
logo que esta Constituição entrar em vigor, nomeará
uma comissão que, sob as instruções do Governo,
procederá ao estudo de várias localidades à
instalação da Capital. Concluídos tais estudos,
serão presentes à Câmara dos Deputados, que
escolherá o local e tomará sem perda de tempo, as
providências necessárias à mudança.
Efetuada esta, o atual Distrito Federal passará a constituir
um Estado.
Essa decisão da Constituinte — convocada a contragosto
— parece não ter despertado o interesse do presidente Vargas,
como forma de acelerar mudanças no equilíbrio de
forças no interior. A Constituição
de 1937, outorgada por ele — o Estado Novo —, ignorou o
assunto.
Por isso, nas histórias mais resumidas da idéia
de interiorização da capital o período 1930-1945
comparece como simples continuidade de um longo esquecimento
— ou, sob a ótica da indignação cívica:
descaso, protelação etc.
No entanto, o interventor (1930-1945) de Vargas em Goiás,
Pedro Ludovico Teixeira, providenciou a construção
de uma nova capital para o Estado — Goiânia, entre 1933
e 1937 — em substituição à velha cidade colonial
de Goiás ("Goiás Velho").
Além de experiência, Goiânia viria a proporcionar
um ponto de apoio à construção de Brasília,
nos anos 50.
Mas não foi só — sua construção integrou
um programa mais amplo, resultando na abertura de estradas e reorientação
parcial das migrações internas. No censo de 1940,
Goiás já aparecia como o quarto maior destino de
migrantes, após Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná.
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