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Marcos da "idéia mudancista"
O Império e a mudança da capital
Flavio R. Cavalcanti
O
Universal, de Ouro Preto, 1825, parece ter sido o último
estertor da idéia
de uma nova capital no planalto central, no período do
primeiro reinado, entre a Confederação do Equador
(1824) e a abdicação
(1831).
No ano seguinte, Bernardo
Pereira de Vasconcelos assume seu lugar na Câmara de
Deputados (1826).
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A mudança da capital para o interior do Brasil foi novamente
defendida, no Parlamento, durante a Regência.
-
Em 1831, o deputado João Cândido
de Deos e Silva (Pará) apresentou projeto de mudança
da capital para um ponto central, equidistante dos dois extremos
do Império, e às margens de um grande rio navegável.
- Em 1933, os deputados Ernesto Ferreira França (Pernambuco)
e Antônio Ferreira França (Bahia) apresentaram
projeto determinando a mudança.
Nenhum dos dois projetos chegou a tramitar no Congresso — mas
tiveram algum efeito, na medida em que resultaram na aprovação
da publicação, pela Câmara, do antigo projeto
constitucional de José
Bonifácio, que até então permanecia inédito.
Mais repercussão obteve o projeto
apresentado em 1852 pelo senador Holanda Cavalcanti (Pernambuco)
— figura de projeção — na esteira da publicação
brasileira do opúsculo
de Varnhagen. A proposta de Holanda Cavalcanti levaria a capital
mais para o norte ("nas latitudes de 10 a 15 graus"),
mantendo o afastamento do litoral (entre os rios São Francisco
e Tocantins / Maranhão).
O primeiro dos nove artigos do projeto chegou
a ser aprovado por 16 votos a 11, quando outro senador propôs
que fosse ouvida a Comissão de Estatística, Catequese
e Colonização — onde ficou encalhado por 24 anos.
Em 1877 — por coincidência, quando Varnhagen conseguiu
inserir a idéia nos arquivos oficiais do Ministério
da Agricultura, mediante o engenhoso
estratagema de licenciar-se como embaixador na côrte
de Viena e oferecer graciosamente seus serviços como explorador
de sítios colonizáveis por imigrantes europeus —,
finalmente o projeto de Holanda Cavalcanti recebeu parecer no
sentido de que fosse ouvido o Ministério do Império.
Segundo Adirson
Vasconcelos, não há notícia de que as
informações solicitadas tenham chegado ao Senado
algum dia.
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Em 1853, novo projeto foi apresentado pelo
senador João Lustosa da Cunha Paranaguá (II
Marquês de Paranaguá, do Piauí), propondo
mudar a capital para a vila baiana de Monte Alto, à
beira do São Francisco, entre os paralelos 14 e 15,
próximo à divisa de Minas Gerais. Não
foi adiante.
- Em 1870 e 1875, o senador José Martins Cruz Jobim
(Espírito Santo) discursou contra a permanência
da capital no Rio de Janeiro, argumentando com a febre amarela
e outras doenças a que a cidade estava sujeita, na época.
Sua idéia de melhor localização, porém,
não era Goiás, mas o vale do Paraíba do
Sul. Não apresentou projeto.
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