Metrô DF
Estações
- 6h a 23h30 - Segunda a Sábado
- 7h a 19h - Domingos e Feriados
Intervalos entre os trens
- 3min30 a 14min - conforme o dia, horário e estação
Tarifas
Achados e perdidos
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Metrô DF - Brasília
"Choque de gestão"?
Flavio R. Cavalcanti - Jun. 2009
Veja também: Em marcha lenta
Após 15 anos do início da construção
e habituado a transportar 60 mil passageiros de segunda a
sexta-feira, fechando diariamente às 20h e descansando aos sábados,
domingos, feriados , pode-se dizer que em 2007 o Metrô
DF começou, finalmente, a funcionar para valer.
Logo no quarto mês do governo José Roberto Arruda
/ Paulo Octavio, o Metrô enquadrou-se no novo estilo de comemoração
dos aniversários de Brasília, coordenados pessoalmente
pelo vice-governador, com o objetivo declarado de colocá-los
no calendário nacional de eventos turísticos.
Na mega-festa dos 47 anos da cidade, as catracas liberadas
ao público teriam registrado nada menos que 400 mil
usuários entre as 7h da manhã do dia 21 de abril (sábado)
e as 3h40 da madrugada de domingo, segundo anunciado
já no domingo; ou 380 mil, de acordo com divulgação
posterior do Metrô DF.
Dias antes, já se haviam anunciado o horário ampliado
de funcionamento e a retomada das obras em ritmo acelerado, para
finalmente colocar em operação mais
uma estação no Plano Piloto, a Estação
108, no centro da Asa Sul, e todo o trecho da Ceilândia,
o maior núcleo populacional do DF, com outras 4 estações
já para o aniversário seguinte.
O horário de funcionamento, que até a véspera
da mega-festa terminava às 20h (e restrito aos dias úteis),
a partir da segunda-feira
seguinte foi estendido até as 23h30, atendendo aos estudantes
das inúmeras faculdades noturnas.
Para atrair (e acostumar) novos usuários, o Metrô
DF finalmente passou a funcionar também aos sábados,
domingos e feriados, das 9h às 19h, com tarifa promocional
de R$ 1,00 (contra R$ 1,50 durante a semana), em intervalos de 15
minutos (contra 8 minutos durante a semana).
- Vale notar que esses intervalos referem-se
à linha comum, da Estação Central (Rodoviária)
até a Estação Águas Claras, onde se
bifurca, duplicando a duração dos intervalos para
as linhas "A" (Taguatinga, Ceilândia) e "B"
(Taguatinga Sul, Samambaia).
Também na segunda-feira após a mega-festa (23 Abr.
2007), deu-se por encerrada a operação "experimental"
e o início da operação comercial do trecho
entre Taguatinga (Praça
do Relógio) e a primeira estação da Ceilândia
(Ceilândia Sul, inaugurada
pelo governo Roriz em ***).
Com essas medidas, o sistema começou a fazer sentido prático
para um número crescente de pessoas e a média
de usuários passou de 50 (ou 60? ou 100?)
mil, no início do ano, para cerca de 85 mil por dia um
aumento de 70% em apenas 7 meses.
Numa onda de entrevistas nos primeiros dias de agosto, os responsáveis
pelo Metrô DF anunciaram que esperam transportar 220 a 250
mil passageiros por dia até o final do atual governo, com
a integração ônibus / metrô.
Na mega-festa dos 48 anos de Brasília, em 21 de Abril de
2008, as catracas do Metrô novamente liberadas ao público
teriam registrado novo recorde, nada menos que 600 mil passageiros,
segundo o GDF.
- Houve problemas, é verdade: "O
único ponto negativo foi a estrutura montada no metrô,
que não suportou o fluxo de passageiros. A estação
da Rodoviária do Plano Piloto teve que ser fechada. De
acordo com a Polícia Militar, a medida foi tomada por questões
de segurança, já que a polícia contava com
efetivo reduzido diante da multidão", segundo
o noticiário.
A certa altura, os passageiros que chegavam para a mega-festa
foram obrigados a descer na Estação
Galeria, deixando a Estação
Central (Rodoviária)
apenas para embarque dos que retornavam a suas casas.
Para este novo recorde, com certeza contribuíram a inauguração
do trecho completo da Ceilândia, com 4 novas estações,
apenas alguns dias antes, em 16
de Abril; e a inauguração da Estação
108, na semana anterior.
Em 9 Mai. 2009, foi inaugurada
a Estação 112.
Em 4 Jun. 2009, foi inaugurada
a Estação 102.
Na mega-festa dos 49 anos da cidade, repetiu-se a estimativa de
600 mil pessoas transportadas.
A Estação Guará está prevista para
operar a partir de Março de 2010.
Em 8 Jan. 2009, foi anunciada a expansão...
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Política... Vai saber!
As eleições de 2006 trouxeram
um "choque de gestão" e não
só para o Metrô DF.
O PFL conseguiu eleger um único
governador, em todo o Brasil. E numa situação
sui-generis: somente um acordo evitou que José Roberto
Arruda e Paulo Octavio rachassem o PFL local na disputa pela
candidatura (com risco de o perdedor reagrupar suas forças
em outro partido). Pelo acordo, Paulo Octavio se conformou
em concorrer ao cargo de vice-governador (no primeiro mandato),
na chapa encabeçada por Arruda aparentemente
com uma divisão de tarefas entre governador e vice,
após a vitória. A área "administrativa",
por exemplo, caberia ao vice Paulo Octavio, empresário
do setor imobiliário / construção civil,
com uma aura de dinamismo, eficiência, modernidade etc.
Quais outros termos podem ter feito parte
do acordo, é difícil saber. O resultado
as características do governo exercido desde então
aparece como uma unidade. Seria ocioso especular que
características poderia ter um governo Arruda sem Paulo
Octavio, ou vice-versa.
Empossados, imediatamente cancelaram dezenas
de contratos herdados da era Roriz imóveis,
automóveis, terceirização de mão-de-obra
(falou-se na dispensa de 17 mil terceirizados) etc. ,
gerando uma economia de recursos que lhes permitisse uma série
de iniciativas, nas mais diversas áreas. Em resumo:
O DF tornou-se um enorme canteiro de obras, administradas
para fazerem o orçamento render o máximo.
Em outras frentes, aplicaram um freio à
enchurrada de invasões não só
dos pobres sobre áreas públicas, que
havia caracterizado a era Roriz. A palavra-de-ordem passou
a ser regularização (quando possível)
das invasões já consumadas, correção
de outras, e freio rígido sobre novas tentativas dali
por diante.
Centenas (ou milhares?) de obras num território
tão minúsculo quanto o Distrito Federal (14,4
mil km2), juntamente com um programa de preservação
/ resgate das características originais
da cidade construída por Juscelino Kubitschek, com
projeto urbanístico de Lúcio Costa e monumentos
arquitetônicos de Oscar Niemeyer, patrimônio cultural
da humanidade etc., são coisas que trazem à
memória a chamada "herança de JK"
um patrimônio intangível, porém
de grande valor potencial em política.
Por coincidência, seis meses antes
das eleições que deram vitória a uma
única chapa do PFL, a rede Globo exibiu a mini-série
"Os anos JK" (3 jan. a 27 mar. 2006), fartamente
comentada como iniciativa de valorização do
"desenvolvimentismo" como moeda política.
Constatado o fiasco de todas as demais candidaturas
do PFL para governador, de norte a sul, nas eleições
de 2006, o capital político da única chapa vitoriosa
valorizou-se bastante. Comentou-se, na época, sua possível
participação na mudança de nome do PFL
para "DEM" (sempre em maiúsculas, na midia)
verdadeira operação de troca de pele,
com sabor de muda de marca empresarial, identidade visual
etc.
Se outros potenciais beneficiários
de um eventual resgate da chamada "herança de
JK" não pudessem ser encontrados, nos cenários
políticos nacional e regionais de norte a sul, bastaria
observar o casamento de Paulo Octavio com a neta de Juscelino
Kubitschek descrito por muitos como casamento político
, somar a isso o programa de "resgate" das
características e projetos de Brasíia, e o vasto
canteiro de obras. Uma infinidade de obras, lembradas diariamente
ao telespectador do DF (por enquanto).
Se no momento não parece haver grandes
possibilidades para Arruda ou Paulo Octavio
na eleição presidencial de 2010, nem por isso
é menos verdade que em política constrói-se
de olho no longo prazo, e com flexibilidade para os novos
fatos e arranjos, sempre muito fluidos, que surgem a cada
minuto. Comenta-se, p.ex., que pelo acordo original Arruda
não tentaria a reeleição para o governo
local em 2010 mas que, no entanto, hoje estaria tentando
convencer Paulo Octavio a aceitar novo ajuste.
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