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Ferrovias para Brasília - 1962
Caminhos para Brasília

Revista Ferroviária, Dez. 1962
[Acervo: José Emílio Buzelin (SPMT) / Pesquisa e digitalização: Chris R.]

Entre 1961 e 1964 a Revista Ferroviária publicou, lado a lado, notas e informes de grupos antagônicos — a favor e contra a erradicação de trilhos. Nesta nota, o grupo ligado ao DNEF desanca os engenheiros e a direção da Novacap, que durante alguns anos esteve encarregada de construir as ferrovias para Brasília. A partir daí, fotos feitas pela Novacap serão publicadas como obras do DNEF.

«Em ato a que presidiu e ao qual foram convocados [a] assistir representantes da imprensa desta cidade, o diretor geral do Departamento Nacional de Estradas de Ferro revalidou 19 contratos com firmas particulares relativos à execução de serviços preliminares para o estabelecimento das linhas ferroviárias destinadas a atingir a capital da República, em Brasília.

«Esses contratos haviam sido lavrados com a Novacap ao tempo do delírio brasiliano e nunca chegaram a ser executados por duas razões: falta de recursos e falta de condições daquele famoso órgão para conduzi-los. Na verdade, nem só falta de recursos e falta de condições, senão também, falta de competência. A Novacap fôra criada para qualquer cousa que houvesse dado na telha dos homens de então, mas nunca construir estradas de ferro. Daí porque Brasília até hoje não viu trens.

«Entre as imposições daquela época e os dias de hoje, porém, alguma cousa se alterou. O DNEF adquiriu moldes de regime autárquico e com o apoio do ministro da Viação, engº Hélio Almeida, e da própria opinião pública que nunca compreendeu a aberração, reivindicou o encargo que por natureza é seu. As obras para as quais a Novacap assinara contratos não executados foram-lhe entregues. Daí a cerimônia da revalidação dos termos de compromissos.

«Repostas, agora, as cousas nos devidos lugares, afastada, então, a exdruxulice de atribuir-se a uma companhia urbanizadora função ferroviária, vamos ver como os fatos poderão ser encaminhados. Não há dúvida que o DNEF é o órgão específico para o caso. Mas isso ainda não basta. O que todos esperam é a execução que tanto tarda.»

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