Título
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RMV
[histórico muito chocho das diversas ferrovias originais;
intervenção federal (só em) 1918 para
agrupar em duas (EFOM e RVSM); reunião total em 1931]
A ligação com Goiás
Há poucos anos que a Rede Mineira efetivou a ligação
de suas linhas com as da EF Goiás. O fato concretizava uma
idéia antiga, posteriormente prevista pelo Plano Geral de
Viação, de estabelecer as condições
de comunicação entre o planalto central e o litoral,
no porto de Angra dos Reis. Para sua realização, duas
tarefas se completaram. Uma, descendo a Goiás de Catalão
até Ouvidor; outra, subindo a Rede Mineira de Patrocínio
para essa mesma cidade. A primeira, realizara-se há tempos;
a segunda, com 181 km de extensão, vinha progredindo vagarosamente,
pois que sofrera várias interrupções desde
quando fôra iniciada em 1931.
Em 1937, as linhas atingiram Monte Carmelo, distante 94 quilômetros
e, como serviço de maior monta, a construção
da grande ponte das Perdizes, atravessando o rio Paranaíba,
na divisa dos dois Estados, toda em concreto e com dois arcos de
56 m cada um. A obra, porém, só foi terminada em 1942,
sob a direção do engº Demerval Pimenta.
A vantagem dessa ligação foi extraordinariamente
grande e dispensa ser especificada. Basta dizer que a cidade de
Ouvidor, terminal da EF Goiás, ficou a 1.084 km do porto
de Angra dos Reis e a 774 km de Belo Horizonte. O noturno que sai
diariamente às 16h da capital mineira prossegue até
Goiandira, já no trecho da EF Goiás, onde chega após
um percurso de 30 horas. As mercadorias para Belo Horizonte não
mais sofrerão baldeação e os trens cargueiros
para Belo Horizonte ou para Angra dos Reis também são
diretos, sem os estorvos de armazenamentos, despesas de braçagem
e delongas de espera.
A Rede Mineira de Viação, que tinha em tráfego
a extensão de 3.891,219 km, passou a contar, naquela data,
com a quilometragem total de 4.023,797 km, continuando a ser a via
férrea de maior extensão quilométrica do Brasil.
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