Flavio R. CavalcantiO sistema de registro Torrens foi introduzido no Brasil por Rui Barbosa na vice-chefia da ditadura (Governo Provisório da República) e Francisco Glicério, ministro da Agricultura, em 1890, como instrumento de mobilização da terra — porém nunca se difundiu, exceto no Rio Grande do Sul, com sua Constituição positivista [o estado deixou de registrar novos títulos em 1988], e atualmente em Goiás. Ao contrário do mero registro de transmissão — utilizado até hoje (e que não garante o direito transmitido) —, o registro Torrens torna a propriedade da terra quase incontestável, sob a garantia do Estado. Com isso, pode ser transferido por simples endosso do proprietário, e circular sem dificuldade na economia — bancos, bolsas — como valor líquido e certo. Sua obtenção, naturalmente, exige não apenas a comprovação do direito anterior sobre a terra (documentação), como a demarcação exata, indo ao ponto de incorporar no processo as cadernetas de notas dos agrimensores. Enfim, exige a publicação da pretensão, com prazo aberto a contestação. Emitido o certificado, não poderá mais ser contestado — salvo por fraude em sua emissão; ou existência de registro anterior (o que também implica em fraude). A simples movimentação de topógrafos, porém — seguida de edital não contestado — já deixaria pouco espaço a dúvidas. |
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OrigemO registro Torrens foi criado pelo irlandês Robert Richard Torrens e colocado em prática na Austrália, então colônia britânica, em 1858. Foi introduzido no Brasil, com a República, nos 14 meses da vice-chefia de Rui Barbosa no Governo Provisório (a ditadura), pelo Decreto 451-B (31-5-1890), regulamentado pelo Decreto 955-A (5-11-1890). Era um dos requisitos do projeto de imigração e colonização lançado naqueles 14 meses iniciais da República. Dissolvido o gabinete Rui Barbosa, o sistema Torrens entrou em xeque, mantendo-se apenas como uma alternativa extravagante e em desuso — "um processo misto, principalmente judicial, muito demorado e dispendioso com a publicação de editais, custas e outras despesas, só acessível aos ricos". A República e a propriedade da terra
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