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João Teixeira, 1630; 1670
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A percepção do planalto central como um entroncamento central de caminhos, para passar de uma região a outra do Brasil, é anterior à descoberta do ouro, que levaria ao povoamento de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso, e à abertura das estradas reais.
Tratava-se, ainda, de caminhos de canoas e passar de uma bacia fluvial para outra, significava transportar a canoa por um varadouro onde o divisor de águas oferecesse relevo favorável.
O percurso mais curto e suave entre afluentes navegáveis de duas bacias diferentes.
Essa informação citada pelo embaixador Jorge Latour em um encontro sobre imigração e colonização ficou registrada (de modo vago) no terceiro volume do livro Brasília: antecedentes históricos, publicado pela Presidência da República na época da construção da nova capital [AH3 p. 29].
Mapa do Brasil de 1670, de João Teixeira Albernaz II |
Baseava-se em uma obra de Jaime Cortesão, cujo título não ficou registrado:
É o professor Jaime Cortesão, presente à Conferência, que o diz em uma de suas teses, e o diz como conclusão nº 1 e 2 do seu estudo:
« O varadouro entre o São Bartolomeu, Maranhão e rio Preto, ou seja, o divortium aquarum entre o Prata, o Tocantins e o São Francisco, sobre e à beira do qual se projeta o futuro Distrito Federal, foi não só um centro de difusão da cultura européia pelos indígenas, mas o primeiro nódulo da formação e unificação territorial do Brasil. Já no primeiro quartel do século XVII os bandeirantes haviam passado do Paraná ao Tocantins-Araguaia e ao São Francisco. A zona de ligação entre estes rios já aparece figurada no Atlas de João Teixeira, de 1630, que se guarda na Biblioteca de Washington. Há mais de três séculos, pois, a natureza e os homens haviam anunciado a excelência dessa região, como centro natural de unificação do Estado brasileiro » [Jorge Latour (emb.), I Conferência Brasileira de Imigração e Colonização, p. 49, cf. AH3:29].
A expressão primeiro quartel do século XVII reforça a data do mapa citado: 1630. E, como identificação adicional: que se guarda na Biblioteca de Washington.
Vale lembrar que, em 1630, Portugal encontrava-se sob domínio da coroa espanhola.
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Em História de Niquelândia, Paulo Bertran apresenta outro mapa, de 1670, portanto, já bem posterior à Restauração da coroa portuguesa, de João Teixeira Albernaz II, onde uma lagoa aparece em destaque, entre as nascentes dos rios que correm para o Tocantins e para o rio Paranaíba.
Em História da terra e do homem no planalto central, Bertran já apresenta nada menos que três mapas, de 1665, 1670 e 1675, além de relacionar outros anteriores, bem como a evolução dessas informações ao longo daquele século:
Mapas dos cartógrafos Antônio Sanches (1641) e João Teixeira (1642) mostram o complexo Araguaia-Tocantins perfeitamente esboçado, faltando apenas o detalhamento de suas nascentes e de sua conexão com a bacia platina. Duas décadas depois, o mapa de João Teixeira Albenaz II (1665) mostra esse detalhamento, indicando duas cabeceiras para o Tocantins - rios Maranhão e Paranã - e duas para a bacia platina - o rio Corumbá e, provavelmente, o São Marcos. E entre as duas cabeceiras opostas aparece o esboço de uma lagoa, sem maiores explicações. Em 1670, o mesmo autor loca outro mapa, quase idêntico ao primeiro. Deu-se ao trabalho, no entanto, de conferir-lhe a denominação de "Lagoa". Há finalmente um terceiro mapa, desse mesmo João Teixeira Albernaz II (1675), que reúne diversas chaves para a história do Planalto, quando escreve, ao lado da já famosa lagoa: «lagoa onde há muito salitre». E onde se encontra essa lagoa? Nas cabeceiras do Iabebéri-Tocantins, em plena região do Distrito Federal e entorno.
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