A construção da Catedral de Brasília pode ser dividida em pelo menos duas "fases":
- uma, rápida, durante a construção da cidade (1956-1960), em que foi erguida a estrutura de concreto, provavelmente pelo governo federal [a conferir];
- outra, de duas décadas, da paralisação geral das obras durante o curto governo Jânio Quadros (Jan.~Ago. 1961) até a conclusão do vitral interno, por conta da Igreja Católica.
Durante alguns anos, após o governo Quadros, a estrutura de concreto ainda permaneceu sem novidades, na paisagem da Esplanada dos Ministérios como, aliás, outras obras, também erguidas em concreto porém aguardando finalização (exemplo: o Teatro Nacional).
O governo João Goulart enfrentava impasses, como o período de "Parlamentarismo", até o Plebiscito que determinou a volta ao "Presidencialismo". Os primeiros governos militares, de Castelo Branco (1964-1966, novo "arrocho econômico") e de Costa e Silva (1967-1969), não sinalizavam com clareza a continuidade da construção e consolidação da nova capital. Isto só viria a ocorrer durante o governo Médici (1970-1973), quando muitos órgãos ainda sediados no Rio de Janeiro finalmente foram transferidos, o corpo diplomático avisado de que só seriam credenciadas embaixadas em Brasília, e o novo Distrito Federal voltou a ver inúmeras obras de construção avançarem em ritmo acelerado.
No caso da Catedral de Brasília, ainda houve um fator adicional como obra da República, não poderia ser atribuída a uma única Igreja ou religião; poderia, talvez, ser uma "Catedral Ecumênica", aberta a todos os credos. Não parece ter sido essa a intenção de JK, nem foi essa a decisão dos governos militares, que optou por entregá-la à Igreja Católica Apostólica Romana. Daí por diante, coube à Igreja Católica levantar recursos e concluir a obra. Que, como quase sempre ao longo da história, avançou aos poucos, passo a passo, durante vários anos.
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