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Agenda do Samba e Choro
  

Referências

Antologia do Correio Braziliense - Barbosa Lima Sobrinho - Livraria Editora Cátedra, Rio de Janeiro / INL, 1977
Hipolito da Costa e o Correio Braziliense - Mecenas Dourado, Rio de Janeiro, F. Bastos, 1957
Hipolito da Costa e o Correio Braziliense - Carlos de Andrade Rizzini, São Paulo, Cia. Ed. Nacional, 1957
Diario da minha viagem para Filadélfia: 1798-1799 - Hipólito José da Costa, Rio de Janeiro, ABL, 1955
Narrativa da perseguição - Hipólito José da Costa, Porto Alegre, UFRGS, 1974
O nascimento do pensamento econômico brasileiro - Paulo Roberto de Almeida
Entre a estrela e o satélite - Marco Morel
Jornalismo e pensamento político - João Pedro Rosa Ferreira
Imprensa Oficial de São Paulo reedita o primeiro jornal brasileiro - Folha Online, 18/06/01
Coleção reedita o ‘Correio Braziliense’, o primeiro jornal brasileiro - Ricardo Besen
Hipólito da Costa em dose dupla - Jorge Caldeira
Os biógrafos de Hipólito da Costa - Antonio F. Costella
Jornalismo de convergências e de confrontos - José Tengarrinha
His Royal Highness e Mr. da Costa - Isabel Lustosa
A questão da utilidade, 193 anos depois - Alberto Dines
História, compromisso e modernidade - Alberto Dines
O senhor do tempo - Luiz Egypto: Entrevista com Sergio Goes de Paula, autor de Hipólito de Costa (Editora 34, Rio, 2001)
As várias faces de Hipólito da Costa - Jacques A. Wainberg
Luz e trevas, estrangeirados e Inquisição - Alberto Dines
Hipólito da Costa está em casa - Correio Braziliense, 5/07/01.
  

Ferreoclipping

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Projetos para o Brasil: Hipólito da Costa
Revolução no Rio de Janeiro
(Do Fico ao embarque da tropa de Avilez)

Correio Braziliense
vol. XXVIII, p. 266-269, março de 1822

Recebemos em Londres notícias do Rio de Janeiro, até a data de 19 de janeiro, e de Pernambuco, até 12 de fevereiro; e importantes são sem dúvida, em todo o sentido, essas notícias.

Chegou ao Rio de Janeiro a ordem das Cortes para que o príncipe real regressasse a Lisboa; e aquela medida causou logo o maior descontentamento em todas as classes de pessoas. A Câmara foi com grande aparato representar a S. A. R. as perniciosas conseqüências de sua retirada e requereu-lhe que não deixasse o Brasil; o príncipe aquiesceu a isso, como não podia deixar de o fazer, e o júbilo do povo mostrou-se universal, iluminando-se toda a cidade por três noites consecutivas. As tropas de Portugal não deram sinais do mesmo prazer; pelo contrário, ameaçaram violência e, como eram em número de 1.500 ou 2.000 homens, foi necessário ajuntar as milícias do país para se lhes opor. Com isso se retiraram aquelas tropas ao Castelo, aonde se fizeram fortes; mas como viessem para a cidade também as milícias dos contornos, julgaram essas tropas mais prudente entrar em capitulação e foram logo passadas para a outra parte da baía, até estarem prontos os vasos que as devem conduzir a Portugal; naquele sítio foram essas tropas européias cercadas por um cordão das milícias do país e, pela parte do mar, por três navios de guerra que se achavam no porto; mas, no entanto, desertavam muitos soldados que, como é natural, preferem ficar livres no Brasil a virem viver na penúria em que seus camaradas se acham em Portugal.

Em Pernambuco sucedeu semelhante cena; porque aos 28 de janeiro, quando ainda se não sabia do que havia passado no Rio de Janeiro, houve um ajuntamento dos chefes da tropa, clero e principais habitantes, aonde se resolveu que as tropas portuguesas eram ali desnecessárias e requereram à junta que as fizesse embarcar sem demora. A Junta conveio nisso e faziam-se preparativos para o embarque dessas tropas européias.

Que dirão agora a isto os fautores do sistema de mandar tropas de Lisboa para o Brasil? Incorreram as Cortes em despesas com que a nação não podia, para mandarem ao Brasil armamentos inúteis; porque com um assopro os brazilienses os deitavam fora; e prejudiciais; porque só eram tendentes a inspirar idéias de sujeição com que se irritavam os ânimos daqueles povos, já assaz dispostos a isso por tantos erros que as Cortes têm cometido.

Uma provocação mais, e os brazilienses darão seu último passo para a independência; é natural que, quando lá chegar ao Brasil, pela Constituição que estão fazendo, o caso chegue a essa extremidade, que será bem lamentável para Portugal.

Este fato de se encurralarem tão facilmente os 1.500 ou 2.000 homens de tropas européias que havia no Rio de Janeiro e ficarem de quarentena na praia grande até as fazerem embarcar prova bem o que nós dissemos, que a ameaça de mandar tropas de Portugal para sujeitar o Brasil é o ronco do cágado-guarte lage, que te parto.

Mas, isto provado, é preciso que no Brasil obrem com moderação, que só lembrem desses erros que as Cortes têm cometido para não os imitarem e, sobretudo, é preciso que se lembrem no Brasil que uma independência intempestiva lhes pode fazer mais mal do que bem.

A medida de requererem ao príncipe que ficasse no Brasil e a aquiescência de S. A. R. a este requerimento traz consigo conseqüências importantes, a que é necessário atender com muita reflexão e madureza.

Está claro que este passo é uma formal resistência ao decreto das Cortes, que mandavam retirar o príncipe real; esse decreto era impolítico em mais de um sentido; e por não considerarem isso, se expuseram as Cortes ao dizer de se verem desobedecidas, o que será um golpe fatal a seu poder moral no Brasil.

Mas se os brazilienses, imitando esse comportamento inconsiderado das Cortes, derem também o passo inconsiderado de se declararem independentes, expor-se-ão a que achem resistência em algumas províncias aonde não há força de Portugal, porque essa está claro que a não há, mas a intriga e o espírito de partido podem causar fatais desuniões.

Em conseqüência do decreto das Cortes para se criarem Juntas governativas no Brasil, muitas das províncias já formaram suas juntas e é natural que no Rio de Janeiro se execute o mesmo. É pois sumamente indecoroso que o príncipe real continue a residir no Brasil sujeito a uma Junta governativa ou, pelo menos, sem ter algum comando geral no Brasil consistente com sua alta dignidade.

Parece-nos, pois, que o modo mais prudente de conciliar as cousas, no presente estado dos negócios, é formar-se no Brasil um governo central provisório, a cuja frente esteja o príncipe real, a quem prestem obediência as juntas provinciais.

Este governo central não se pode formar a aprazimento dos povos, sem que S. A. R. convoque deputados das diversas províncias, principalmente das mais próximas, que os quiserem mandar: o local desse governo provisório não deve ser o Rio de Janeiro, mas algum no interior; e formado assim esse governo central a aprazimento dos povos por meio de seus deputados; tal governo provisório deve então entrar em correspondência com as Cortes em Lisboa e assentarem nas bases de um governo permanente, no qual se evitem os erros em que as presentes Cortes têm caído.

Se os povos do Brasil refletirem sossegadamente na matéria, verão que este comportamento moderado é o que mais lhes convém; e as Cortes em Lisboa, se se despirem dos prejuízos com que até aqui têm olhado para o Brasil, , acharão que este meio de conhecer a vontade dos povos é muito mais próprio do que o seguido até agora, de dar ouvidos às representações de governadores militares só inclinados a justificar seu despotismo; ou crer a olhos cerrados nas vozerias de quantos mascates europeus que fazem seu negócio nos portos de mar do Brasil.

Demonstrado como está que Portugal não tem forças para subjugar o Brasil; que os brazilienses, todas as vezes que quiserem, porão as tropas européias no andar da rua, é claro que o Brasil só pode ser governado pela opinião, e acedendo à vontade dos povos; o que nos parece se conseguirá pelo modo que deixamos proposto.

Se outro melhor se propuser embora se adote; mas seguros estamos que nenhum será bem sucedido se for fundado no princípio errado, sobre que se tem obrado até aqui, de que o Brasil se pode sujeitar com os poucos soldados que para ali se mandem de Portugal; e muito menos com a suposição de que os brazilienses são tão estúpidos que se contentarão com chamar-lhes irmãos, quando tudo quanto haja de empregos, grandeza e consideração seja só para os irmãos de Portugal; o tempo desses ópios, na verdade, está passado; é preciso que as Cortes se convençam disto.

   

  

Bibliografia
braziliense

Conterrâneos Velhos de Guerra - roteiro e crítica - 7 Nov. 2014

Como se faz um presidente: a campanha de JK - 21 Ago. 2014

Sonho e razão: Lucas Lopes, o planejador de JK - 15 Ago. 2014

Brasília: o mito na trajetória da Nação - 9 Ago. 2014

Luiz Cruls: o homem que marcou o lugar - 30 Jul. 2014

Quanto custou Brasília - 25 Set. 2013

JK: Memorial do Exílio - 23 Set. 2013

A questão da capital: marítima ou no interior?

No tempo da GEB

Brasília: a construção da nacionalidade

Brasília: história de uma ideia

A idéia de Brasília em Hipólito da Costa
Planos de colonização e nova capital | Nova capital, estradas e povoamento | Programa para o desenvolvimento
O Brasil como ponto central da monarquia portuguesa | Revolução no Rio de Janeiro | Apontamentos para um plano...
Brasília e a ideia de interiorização da capital
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