Memória dos jornais mineiros do século XIX - Jairo Faria Mendes(...) Nas décadas de 1820 e 1830, os jornais mineiros eram muito frágeis, e de vida curta. Uma exceção foi O Universal, que tinha a frente o polêmico Bernardo Vasconcelos. Só a partir de 1825, a província teve mais de uma publicação circulando. A imprensa de concentrava em Ouro Preto, mas, a partir de 1827, surgiram jornais em outras cidades em que a mineração era forte. (...) A impressão nas geraisNa capitania não houve nenhuma tentativa de implantação de tipografias no período setecentista, considerado o século das Gerais, pela grande importância que a capitania recebeu por causa de sua riqueza em ouro e diamantes. E os relatos históricos mostram que a região vivia em efervescência política e cultural. No entanto, o mineiro frei José Mariano da Conceição Veloso, primo do mártir José Joaquim da Silva Xavier (conhecido como Tiradentes), foi uma das principais personagens da imprensa brasileira. Foi ele o fundador e diretor da Oficina Tipográfica, Calcográfica e Literária do Arco do Cego, em Lisboa, que funcionou apenas de 1799 a 1801. O local foi um ponto de encontro de intelectuais brasileiros e, principalmente, mineiros. Precursores da imprensa brasileira eram freqüentadores da Oficina e, certamente, lá aprenderam muito da arte da impressão. São os casos de Hipólito da Costa, o fundador do primeiro jornal brasileiro (Correio Braziliense), e o padre José Joaquim Viegas de Menezes, o precursor da imprensa e do jornalismo mineiro. Em 1807 (ou 1806), o padre Viegas realizaria a primeira impressão conhecida nas Minas. (...) (...) De acordo com um trabalho biográfico publicado no Correio Official de Minas, em 1859, o padre há anos já fazia algumas impressões de estampas religiosas, em seus horários de folga, e presenteava amigos. Mas agora o governador lhe pedia algo maior, que certamente desagradaria o governo português. (...) A calcografiaA técnica utilizada pelo padre foi a calcografia, que utiliza chapas de metal fixas. Ele também conhecia de tipografia, mas para utilizar os tipos móveis teria primeiro que importar ou construir um prelo, o que era muito mais custoso e perigoso. A técnica calcografia também era complexa, exigia maquinas e pessoal qualificado. Mas havia nas Minas um local onde era possível encontrar isso, a Casa da Moeda. Foram três meses de trabalho duro, aplainando, polindo e abrindo onze chapas de cobre de diversos tamanhos. O impresso era composto de 14 páginas, tendo a frente uma ilustração do governador ao lado da esposa, duas páginas com dedicatória ao estadista, dez contendo o poema, e uma com o “Mappa do donativo voluntario que ao Augusto Príncipe R.N.S. offerecerão os povos da Capitania de Minas-Geraes, no anno de 1806”. (...) Literatura medíocreO poema impresso é péssima qualidade. O autor, Diogo Pereira Ribeiro de Vasconcelos, não tinha nenhum talento para a literatura, apesar de ser amigo de grandes escritores da época, como Cláudio Manoel e Tomaz Antônio Gonzaga. E ele parece reconhecer sua mediocridade na apresentação de seus versos, em que se desculpa: “Queira pois V. Excia. aceitar nas seguintes mal rimadas e indigesta oitavas...” A tipografiaSegundo João Pedro Xavier da Veiga, na monografia A Imprensa em Minas Gerais, publicada na Revista do Arquivo Público Mineiro, em 1898, nas Minas foi construída a primeira tipografia do Brasil. Novamente, aparecia o brilhantismo de Viegas, o principal responsável pelo feito. A tipografia não era a primeira construída no país (como diz Xavier da Veiga), bem antes já havia sido feito uma no Rio de Janeiro, mas a façanha do padre mineiro era admirável. Morava em Vila Rica, em 1820, o português Manoel José Barbosa Pimenta e Sal, que trabalhava como chapeleiro e sirgueiro, e tinha muito talento para a mecânica. Ele gostava muito de ler, mas não compreendia o principal livro de sua estante, que Xavier da Veiga (1898) diz ser um dicionário de Sciencias e Artes[1], em Francês, língua conhecida por pouquíssimas pessoas na capital mineira. Por isso, o português folheava e olhava as ilustrações do livro, sem compreender o seu conteúdo. Costumava parar nas páginas com desenhos de equipamentos tipográficos. O padre Viegas, que conhecia francês, traduziu este texto para o chapeleiro e explicou como funcionava e o que compunha uma tipografia. Os dois tornaram-se amigos e resolveram construir uma tipografia, que ficou pronta em 1821. Depois de pronta, Viegas deixou-a com Manoel José Barbosa. No entanto, a tipografia só receberia autorização para funcionamento em 20 de abril de 1822. Lá seriam impressos os primeiros jornais mineiros, como o Compilador Mineiro (1823), Abelha do Itaculumy (1824), o Universal (1825), o Companheiro do Conselho (1825) e o Diário do Conselho (1825). O diretor do primeiro jornal da província também foi o padre Viegas, que esteve a frente do Compilador Mineiro. A oficina recebeu o nome de Tipografia Patrícia, fazendo referência à pátria, ou seja, sua origem brasileira. O segundo jornal mineiro, a Abelha do Itaculumy, explica a escolha do nome “porque todos os seus utensílios foram aqui fabricados sem modelos, e sem outra direção, que o desenho achado em alguns livros; e para maior glória dos mesmos, grande porção de tipos se fundiu de chumbo extraído de nossas Minas” (apud COSTA FILHO, 1955, p. 10). Pela demora na autorização de funcionamento, essa tipografia acabou não sendo a primeira a entrar em atividade nas Minas Gerais. Uma tipografia oficial, criada pelo governo provisório, e descrita por Xavier da Veiga (1898) como “minúscula”, entrou em funcionamento alguns meses antes da construída pelo padre Viegas e seu amigo. (...) A idéia de Brasília em Pereira Vasconcelos
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