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Ferrovias

• Estação de Cachoeiro de Itapemirim | Pátio ferroviário (1994) - 28 Fev. 2016

• Caboose, vagões de amônia e locomotivas da SR7 em Alagoinhas (1991) - 25 Fev. 2016

• Locomotivas U23C modificadas para U23CA e U23CE (Numeração e variações) - 17 Fev. 2016

• A chegada da ponta dos trilhos a Brasília (1967) - 4 Fev. 2016

• Livro “Memória histórica da EFCB” - 7 Jan. 2016

• G8 4066 FCA no trem turístico Ouro Preto - Mariana (Girador | Percurso) - 26 Dez. 2015

• Fontes e fotos sobre a locomotiva GMDH1 - 18 Dez. 2015

• Locomotivas Alco RS no Brasil - 11 Dez. 2015

• Pátios do Subsistema Ferroviário Federal (2015) - 6 Dez. 2015

  

  
   

Resultados do
Programa de Metas

Celso Lafer

“II. O setor de transportes, que abrangia 29,6% do investimento inicialmente planejado, subdividia-se nas seguintes metas:

6) ferrovias (reaparelhamento) — meta revista: a) material rodante de tração compreendendo a aquisição de nove locomotivas elétricas e 403 locomotivas diesel; b) material rodante de transporte, compreendendo a aquisição de 1.086 carros de passageiros e 10.943 vagões de carga; c) reaparelhamento da via permanente, com a aquisição de 791.600t de trilhos e acessórios e substituição de dormentes.”

“Resultados em 1960: a) foram adquiridas nove locomotivas elétricas e 380 do tipo diesel, portanto alcançaram-se respectivamente 100% e 95% da meta no item a; b) foram adquiridos 504 carros de passageiros e 6.498 vagões de transportes, portanto, 51% e 59% da meta no item b; c) foram adquiridos 613.259 t de trilhos, logo, 77% da meta no item a e substituíram-se 14.931.505 dormentes, mais do que o dobro do previsto. No conjunto, portanto, estima-se que a meta alcançou 76% do previsto.

 

7) ferrovias (construção) — meta inicial, 1.500 km de ferrovias. Foram entregues ao público 826,5 km: atingiu-se, portanto, cerca de 50% da meta revista, cabendo, no entanto, dizer que, apesar de se ter estendido apenas de 3,2% a rede ferroviária do país, o volume de carga transportada no período 1955-1960 cresceu de 21,7% e o número de passageiros aumentou 19,0% graças ao conjunto das metas 6 e 7.”

A tabela abaixo [elaborada para o site em 8 Mai. 2012] é um ponto de partida para a verificação do efetivo cumprimento da “meta” de construção ferroviária durante o governo JK [31 Jan. 1956 ~ 31 Jan. 1961].

Extensão quilométrica das ferrovias no Brasil
Ano Extensão por bitola Variação por bitola
< 1,00 1,00 1,60 Total < 1,00 1,00 1,60 Total
1955 1.041 33.427 2.624 37.092 -22 -85 -6 -113
1956 948 33.485 2.616 37.049 -93 58 -8 -43
1957 930 33.682 2.810 37.422 -18 197 194 373
1958 930 33.777 3.260 37.967 0 95 450 545
1959 873 33.708 3.129 37.710 -57 -69 -131 -257
1960 811 34.017 3.459 38.287 -62 309 330 577
          -230 590 835 1.195
Fonte: Séries estatísticas do século XX, IBGE. Os campos marcados em amarelo foram calculados em planilha, para o site.

O acréscimo de +1.195 km na extensão total da malha brasileira, ao final do governo JK, contrasta com a afirmação de Celso Lafer, de que teriam sido entregues ao público apenas +826,5 km de ferrovias.

Além disso, as reduções de -43 km durante 1956, e de -257 durante 1959 — diminuindo, portanto, em -300 km a base comparativa de 37.092 km existentes ao final de 1955 —, pressupõe que outro tanto tenham sido construídos, para que ao final do governo JK a extensão total pudesse apresentar acréscimo de +1.195.

Seria necessário, portanto, que o governo JK tivesse entregado 1.495 km de novas ferrovias — equivalentes a 99,7% da meta de construção de 1.500 km.

Nem é necessário lembrar que esses números não são do governo JK, mas do DNEF / IBGE, apurados e publicados em anos posteriores, passando inclusive pelo crivo de 21 anos de governos militares, que buscaram intensivamente descobrir quaisquer falhas.

Entre as bitolas, é interessante observar a redução total de -230 km.

A redução de -93 km de “bitolinha” em 1956 não cabe no aumento de apenas +58 km de bitola métrica, enquanto a rede de bitola larga também diminuiu (-8 km). O mesmo quanto a 1959, quando todas as bitolas sofreram redução. Seriam, portanto, indicativos de erradicação, não de alargamento.

Antes e depois de JK

Salta à vista a redução de -113 km [ou -98 km, conforme outra série do IBGE] na extensão quilométrica total das ferrovias brasileiras no ano de 1955. Foi a primeira redução, nas séries históricas do IBGE, com a única exceção de 1939, que apresentou redução residual de -3 km.

Vale notar que, em 1955, o governo do vice-presidente Café Filho (presidente desde a morte de Vargas) era formado, principalmente, de adversários de Vargas e de JK. A eleição de JK ocorreu em 3 Out. desse ano e tomou posse em 31 Jan. do ano seguinte. Portanto, a extensão quilométrica do final de 1955 é o número base para a comparação.

Em 31 Jan. 1961, JK transferiu a faixa presidencial ao novo presidente Jânio Quadros, seu adversário desde a eleição de 1955. A comparação, portanto, deve ser feita com os números do final de 1960.

Jânio Quadros renunciou após 7 meses, em Ago. 1961; e João Goulart assumiu somente em Set. 1961, com poderes reduzidos. Ao final de 1961, a extensão quilométrica das ferrovias brasileiras registraria uma dramática redução de -739 km.

As ferrovias no Plano de Metas de JK
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República | Cruls | Café-com-leite | Marcha para oeste | Constitucionalismo | Mineiros | Goianos
CC | A origem da “história” | Ferrovias para o Planalto Central
   

Fonte

Programa de Metas

Celso Lafer
(colaboração especial)
In Dicionário Histórico Biográfico Brasileiro. CPDOC-FGV
Ficha bibliográfica

Foi fichado apenas o trecho onde avalia os resultados do Plano de Metas de JK, sem qualquer pretensão de reproduzir ou resumir o verbete.

As omissões são indicadas (...).

Para a leitura completa e consulta às fontes das informações do autor, nada substitui o texto original do verbete — acessível na íntegra, conforme indicado na Ficha bibliográfica.

Ver também

LAFER, C. . JK e o programa de metas (1956-1961) - Processo de planejamento e sistema político no Brasil. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2002. 256 p.

Bibliografia
braziliense

Conterrâneos Velhos de Guerra - roteiro e crítica - 7 Nov. 2014

Como se faz um presidente: a campanha de JK - 21 Ago. 2014

Sonho e razão: Lucas Lopes, o planejador de JK - 15 Ago. 2014

Brasília: o mito na trajetória da Nação - 9 Ago. 2014

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