1ª Missão Cruls(...) e em cumprimento da resolução do Congresso Nacional, o Ministro da Indústria e Viação nomeou, em 17 de maio de 1892, uma numerosa comissão para explorar o planalto central, fazer a conseqüente demarcação da futura capital, etc. Este trabalho foi recebido com gerais aplausos, não obstante o espírito público não ter sido francamente despertado por tão momentosa questão (...). Em sessão de 19 de agosto de 1893 os deputados Fleury Curado e Bernardino de Mendonça justificaram um longo e pouco prático projeto de 12 artigos, que não teve tempo de ser discutido; e a falta de verba importaria em a interrupção dos trabalhos, iniciados apenas. Por esse motivo, o deputado Lauro Müller apresentou e obteve aprovação na seguinte emenda aditiva do projeto de fixação de despesas do Ministério da Indústria e Viação. "É o governo autorizado a mandar proceder na zona demarcada no planalto central aos estudos necessários à fixação do local em que deve ser, na forma da Constituição, construída a futura capital da República, fazendo proceder ao levantamento topográfico da zona respectiva e ao reconhecimento de uma via-férrea que mais diretamente possa ligar aquela região a esta cidade, para que poderá abrir os necessários créditos até a quantia máxima de 350:000$000. S. S., em 22 de agosto de 1893. — Lauro Müller." (...) mas antes que fosse organizada nova comissão, rebentou a revolta de 6 de setembro de 1893, que tudo paralisou neste país. 2ª Missão CrulsSufocada a revolta em 13 de março de 1894, pouco depois foram nomeados quase todos os [mesmos] membros da primeira comissão, e alguns a mais.
Ao passo que estas turmas seguiam seus caminhos, a quinta, a do chefe, de que fazia parte o autor desta narração, saiu de Uberaba, passou por Morrinhos, em busca de Pirenópolis, onde as demais turmas, por ulterior determinação, deviam com ela se juntar. Reunida, finalmente, a Comissão nessa cidade, foram dadas novas instruções, e novos estudos tiveram começo, não sem delonga e perda de tempo.
(...) A verba da Comissão acabava em setembro de 1895, e os estudos prosseguiam lentamente no tocante à mudança da capital, segundo o espírito das instruções de 1 de junho de 1894. Todavia, convindo não interromper o serviço, o ministro da Indústria e Viação cedeu à Comissão uma verba de cem contos, de alguns anos existente na secretaria, e destinada à exploração da ferrovia de Catalão a Cuiabá, passando pela cidade de Goiás, verba que prolongou os estudos até dezembro. Mas, fazendo essa cessão, o ministro confiou, por instruções de 2 de outubro de 1895 (...), as explorações preliminares dessa estrada de ferro, cujo ponto de partida, Catalão, distava mais de duzentos e cinqüenta quilômetros do centro das operações da Comissão. Este fato marca o início da era dos desastres da Comissão de Estudos da Nova Capital da União. Na segunda década do mês de setembro, havia eu terminado os meus trabalhos estatísticos, na vila de Corumbá, e devia logo depois seguir para Pirenópolis. Vendo, porém, a Comissão desviada completamente de seus intuitos fundamentais, dela me desliguei, em 24 de setembro de 1895. A confusão não se deu só na Comissão, diga-se a verdade. No Congresso Nacional, onde nunca houve unidade de vistas nem sérios estudos referentes a este grande e benéfico tentâmen, o patriotismo e a lógica nem sempre foram a nota suprema das discussões neste particular. É assim que a Comissão de Orçamento, em agosto de 1894, deu parecer contrário sobre a emenda que concedia verba para a continuação de tais estudos, ao mesmo tempo que várias outras emendas autorizavam o governo a abrir créditos extraordinários de quantias muito diversas para a continuação desses trabalhos e das explorações da estrada de Catalão a Cuiabá, por uma só e mesma Comissão. Observavam-se essas incoerências na ocasião precisa em que se iam manifestando, com antecipação, os funestos efeitos dos discordes projetos de lei ao Congresso, fora de tempo apresentados. Um, de caráter militar, criava oficialmente o Distrito Federal, no planalto, com a administração provisória puramente técnica, e dava providências sobre as atribuições da dita administração sem estar ainda escolhido e aceito o local da futura cidade. Outro mandava abrir concorrência, com prazo fatal marcado, para a construção da nova cidade e serviços correlativos, etc. Finalmente, um outro, ainda mais decisivo, propunha mudar a capital do Brasil para a do Estado de Minas, para Belo Horizonte, que nem está terminada nem tem capacidade nem propriedade para a Capital Federal. (...) e a não ser o fruto da primeira comissão, a Comissão Exploradora do Planalto Central do Brasil, pouco mais de nada tem se conseguido neste assunto (...). Comissão Cruls
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